Dicas e Diagramas – XIV – O Código Europeu “E” de Capacitores e Resistores

Os valores dos resistores e capacitores seguem números padronizados, de um a dez: 1,0 – 1,2 – 1,5 – 1,8 – 2,2 – 2,7 – 3,3 – 3,9 – 4,7 – 5,6 – 6,8 e 10,0. Eles se repetirão nas dezenas, nas centenas, nos milhares e nos milhões.  Assim, os resistores, por exemplo, serão de 27, 270, 2K7, 27K, 270K, 2M7 etc. Na atualidade alguns fabricantes têm adotado também a letra “R”, ao invés do “E”, na identificação dos valores ôhmicos dos resistores. Desta forma, 2R7 significa um resistor de 2,7 ohms.

Alguns fabricantes seguiam uma sequência numérica diferente: é o caso da Siemens, cujo resistor, mostrado na Figura 1 (o segundo de cima para baixo) está marcado como “10,4 KΩ 1%”, 10,4 quiloohms, um valor não padronizado.  Trata-se de um resistor de precisão, adotado geralmente em instrumentos de medições. Nas reparações, tais componentes precisam ser substituídos por iguais, ou seja, com valores nominais idênticos aos do circuito e com a mesma tolerância. Não fica afastada a necessidade de recalibração do aparelho. No caso de instrumentos de elevada precisão, com capacitores de baixas capacitâncias, até alterações na fiação do aparelho ─ ou no comprimento dos lides dos componentes, por exemplo ─ podem influir nas leituras.

─ (Com dados do Boletim Ibrape, Indústria Brasileira de Produtos Eletrônicos, 1949; Catálogo de Capacitores Siemens 1976-77 e Miniwatt Pocketbook, 1973).

Os misteriosos holandeses

voadores “Made in USA”

Causa surpresa a colecionadores e reparadores, até hoje ainda: houve muitos modelos de receptores fabricados antigamente pela holandesa Philips nos Estados Unidos, com circuitos e válvulas de tipos americanos.

Figura 3. Um Philips “Made in USA” foi o modelo 594 NA, provavelmente de 1947, um super-heteródino de três faixas, com válvulas 6SA7, 6SK7, 6SQ7GT, 6F6 e 5Y3GT, para redes de 110 a 245 VCA. A imagem é do folheto de propaganda do receptor no Brasil. Era apresentado, na publicidade, como “O Melhor da Sua Época”.

3 comentários sobre “Dicas e Diagramas – XIV – O Código Europeu “E” de Capacitores e Resistores”

  1. Carlos Henrique16 de agosto de 2023 às 9:18 PMResponder

    Lido com aparelhos desde meus 12 anos – tenho 69 e nunca havia lido algo pratico sobre interpretar esse codigo…

  2. Carlos Henrique16 de agosto de 2023 às 9:32 PMResponder

    Quanto aos radios Philips, mesmo sendo fa da marca – trabalhei na rede autorizada – nao considero estes – por serem produzidos nos EUA e usando valvulas octais – superiores aos originais holandeses e Mullard ingleses, que usaram valvulas loktal ou ate as rimlock…

    1. Dante Vanderlei Efrom18 de agosto de 2023 às 7:30 AMResponder

      Grato, colega Carlos Henrique. Eram tempos de guerra e de pós-guerra. Como informado no texto, quando a fábrica Philips na Holanda foi tomada pelas tropas nazistas, a empresa passou a produzir válvulas e receptores em outros países, como nos EUA, para exportação. Foi uma das poucas a produzir receptores domésticos nesse período, nos EUA. Alguns destes aparelhos chegaram ao Brasil, por importação direta ou via Argentina. Em nosso país foi restrita até a publicação de esquemas europeus na época da guerra. Éramos, em nossa família, da rede de assistência técnica da Philco americana (desde antes de 1940) e também da Philips. Pela nossa experiência, os misteriosos Philips “Made in USA”, com válvulas de tipos americanos, foram aparelhos de excelente rendimento, principalmente os para uso no campo, operando a bateria e vibrador. Muito do bom desempenho se deveu, além de bons projetos, provavelmente às válvulas. Sabe-se que a própria Philips fabricou muitas válvulas de séries americanas.

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