Antes que você se desespere por causa da palavra “álgebra” que apareceu no parágrafo anterior, peço-lhe que não pense em desistir porque lhe garanto que é muito fácil entender essa “coisa”.
Tudo começou na Grécia, no século IV AC
De uma maneira bem superficial, podemos dizer que a lógica é uma representação metódica do raciocínio, por isso costuma ser chamada de raciocínio lógico (coisa que muita gente não tem, nenhum dos dois).
Aliás, todas as matemáticas se apoiam na lógica, que a meu ver, deveria fazer parte da grade escolar desde os primeiros anos e certamente tornaria a compreensão da matemática bem mais “humana”.
Voltando à lógica, atribuem-se as primeiras manifestações do pensamento lógico ao filósofo grego Aristóteles, lá pelo século IV AC (eu ainda não tinha nascido!).
O primeiro princípio da Lógica Aristotélica é admitir que só existem duas possibilidades: falso ou verdadeiro (pensando bem, não existe meia verdade, nem uma mentirinha).
Que tal associarmos esta ideia de Aristóteles aos números binários?
Poderíamos dizer, por exemplo, que o verdadeiro vale 1 e o falso vale 0, ou poderia ser ao contrário, uma mera questão de convenção (que não tem nenhuma lógica!).
O segundo princípio de Aristóteles é admitir que tudo pode ser expresso por prOposições (não confunda com prEposições, que é outra coisa).
Vamos destrinchar esta história de prOposição com um exemplo.
Se dissermos João é brasileiro ou João gosta de futebol, temos duas proposições e chamaremos cada uma de proposição simples.
Mas se dissermos João é brasileiro E gosta de futebol, agora temos uma proposição composta, que foi formada a partir de duas proposições simples unidas pelo E.
Deixemos de lado por um momento estas ideias e vamos dar um salto do século IV para o século XVIII e ir até a Inglaterra “visitar” o senhor George Simon Boole (1815-1864) que, certamente, você já desconfiou, foi o inventor da Álgebra de Boole.