As relações entre as frequências e as amplitudes gravadas no disco podem ser, em princípio, de dois tipos.
Em um caso, as amplitudes das ondulações se mantêm constantes para qualquer frequência e no outro, as amplitudes são progressivamente menores à medida que as frequências vão se tornando mais elevadas. Se um ou outro tipo de relação acontece, depende do tipo de “cabeça” usada no processo de gravação.
As cabeças de gravação podem ser de dois tipos fundamentais: as “piezelétricas”, também chamadas “cabeças de cristal” e as “eletrodinâmicas”, também chamadas “cabeças magnéticas”.
Quanto aos seus princípios de funcionamento, estas duas cabeças diferem profundamente.
Nas cabeças piezelétricas o deslocamento da armadura é proporcional à tensão aplicada, e nas eletrodinâmicas, à corrente circulante, na cabeça.
Como ambas as cabeças são para trabalhar com a aplicação de uma tensão constante e independente
da frequência, vejamos o que acontece em cada uma.
Na cabeça de cristal, a amplitude do deslocamento da armadura será constante para qualquer frequência, porque a tensão o é. Entretanto, a corrente através destas cabeças cresce com a frequência, pois a cabeça piezelétrica é um elemento essencialmente capacitivo, a sua resistência à corrente alternada ou, melhor dito, a sua reatância capacitiva, decrescendo quando a frequência aumenta. Daí sentirmos que o consumo, em volt-ampères, imposto ao amplificador, cresce com a frequência.
A cabeça magnética, por seu lado, é um elemento essencialmente indutivo, a sua resistência à corrente alternada, ou reatância indutiva, crescendo com a frequência. Como a tensão de alimentação é constante e o deslocamento da armadura destas cabeças é proporcional à corrente, é claro que a amplitude decrescerá à medida que a frequência for aumentada. O consumo em volt-ampères se reduz com um aumento de frequência.
Na Fig. 2 vemos os gráficos da amplitude em relação à frequência em uma cabeça de cristal e em uma cabeça magnética.