Capítulo  L –  Lembranças ou… O primeiro rádio nunca se esquece!

Este  porém, após um rápido exame no tal rádio, aconselhou-me a reler com atenção determinadas páginas do livro, e que aí, certamente, iria localizar o problema.

Após dois ou três dias, a única orientação  que recebi foi: “Ler com calma  e atenção, pois a eletricidade e a eletrônica exigem este tipo de comportamento”. Observando mais uma vez a montagem, e sem nada ver de errado, resolvi substituir a tal de bobina, uma vez que mesmo enrolada por mais de duas vezes, não alterou a situação.

Lembrei então de que na sucata de meu pai existia uma “bobina” já pronta, e ainda com o tal cursor, embora o fio estivesse parcialmente coberto por uma espécie de cerâmica, com uma  indicação: 150 W.

FIG 2 – a “bobina” improvisada.

Ao ligar seus terminais no meu rádio, de imediato ouvi um ruído no fone… com um pequeno ajuste na posição do fio sobre o cristal,  ouvi bem claro o locutor da rádio Tupi anunciar que determinado café era “Bom até a última gota”. No entanto, outras estações eram ouvidas ao mesmo tempo, e, por mais que girasse o eixo do capacitor variável, pouco se alterava tal situação.

A alegria durou até a chegada de meu pai, que me ensinou ser aquela “Bobina”, na realidade, um resistor de fio de alta dissipação, e que eu pegasse o livro para lermos juntos todo o capítulo. Como não tinha outro jeito, comecei a leitura, com meu pai conferindo os passos, enquanto segurava a minha bobina nas mãos. No ponto em que li:  “Raspe com cuidado a cobertura de esmalte do fio magnético”, meu pai parou e entregou-me a bobina, dizendo: – “Pronto! Retire todo o esmalte das extremidades e recoloque no lugar. Seu rádio irá funcionar, e bem melhor…” Naquele dia fui dormir bem mais tarde do que o habitual, ouvindo a Rádio Tupi e tendo ao fundo a rádio Nacional. Sem saber,  havia sido mais um daqueles que foram contaminados com o  “Vírus da Eletrônica”.

Deixe um comentário