Capacitores Em Fontes de Alimentação De Amplificadores de Áudio

O ganho que se consegue com esse tipo de incremento é muito pequeno, e inversamente proporcional a esses aumentos. Com amplificadores Classe B (AB), uma tensão de ondulação de 2V na potência máxima apenas irá reduzir a potência disponível em alguns watts no início do ceifamento. Nesses casos, mesmo capacitâncias menores que as advogadas neste artigo, digamos, de 2000µF por ampère) apenas reduzirão  em uma pequena quantidade a saída de energia contínua. Sinais musicais com dinâmica normal permitirão que um amplificador com uma capacitância relativamente pequena forneça a mesma potência máxima para transientes curtos.

Rod Elliott (Ref. 1) cita, como exemplo, que um amplificador de potência de 100W/8Ω terá uma corrente de saída máxima de cerca de 3,5Arms em uma carga resistiva. Considerando-se um alto-falante “mal comportado”, e que sabemos, que, na prática nenhum deles é perfeitamente resistivo, esse valor pode ser duplicado, para 7A (na verdade, a componente indutiva de um alto-falante reduzirá a corrente fornecida à carga pela fonte de alimentação, mas vamos adiante com o raciocínio) e, então, a  corrente de alimentação para cada malha (+V e -V) terá, portanto, um valor de pico de cerca de 10A (7 × 1,414), e a média será metade da corrente do alto-falante, ou 3,5A. Com base no valor de 4000µF por ampère, acima, 14000µF por malha é suficiente para garantir que a tensão de ondulação nunca exceda 2V, com o valor padrão de 15000µF.

Nos amplificadores em classe B (AB), aqueles capacitores Siemens de 5000µF que vemos nos projetos brasileiros de antigamente funcionarão bem. A potência contínua será reduzida, mas sinais musicais normais não terão transientes de duração suficiente para descarregar os capacitores de filtro de forma considerável.

Se pudéssemos aumentar as capacitâncias C1 e C2 até o infinito, a tensão de ondulação seria de 0V, com o acréscimo de um volt extra (de pico) na saída antes do ceifamento. Mas capacitância infinita significa um tempo de carga infinito e, depois de esperar bastante, teremos um aumento de potência disponível de cerca de…  4W. Capacitâncias gigantescas para potências moderadas são, realmente, algo que não compensa.

O uso de um capacitor pequeno (normalmente entre 0,1µF e 1µF) de poliéster, policarbonato ou polipropileno na saída é uma prática comum nas fontes modernas. Capacitores eletrolíticos exibem uma pequena indutância, e isso faz com que sua impedância aumente em frequências mais altas. Essa indutância depende, diretamente, dentre outras coisas, das dimensões do capacitor – os maiores geralmente têm maior indutância. O uso de pequenos capacitores em paralelo é melhor, nesse aspecto, do que um único grande, mais fácil de montar e também mais barato.

O uso desses capacitores de “by-pass”  não é mandatório, mas mal não fará, e o custo é baixo.

Deixe um comentário