Na vida real, o projetista deve escolher C1 e C2 de modo a que a ondulação seja a adequada para seu projeto, e o valor do capacitor deve ser determinado, então, da forma a seguir (Ref. 2).
A tensão de pico no secundário (Vm) de TR1 é, aproximadamente, 1,414 vezes a tensão nominal de seu secundário, assim,
Vcc = Vm – Vr/2. (Ref. 2)
Precisamos então determinar C1 e C2 para o valor de Vr que desejamos. Se a corrente de carga for Icc e o valor de C1 (e C2) for grande o suficiente para que sua descarga seja aproximadamente constante, a perda de carga será igual a Icc x T2 e, então, a variação da tensão em C1 ou C2 (Vr) é
Se considerarmos a ação de filtragem adequada, teremos que T1<<T2, e T2≈T/2, ou 1/(2f).
Assim, para a rede elétrica brasileira (f=60Hz), Vr = Icc/(120xC).
E podemos determinar o capacitor de filtragem que queremos, considerando-se a corrente máxima contínua demandada pelo amplificador, conforme a ondulação que julgarmos adequada.
Rod Elliott (Ref. 1) utiliza em seus projetos uma ondulação de 2V, o que leva a uma capacitância, por ampère de carga, de aproximadamente 4mF (4000µF).
Se o projetista quiser que a ondulação máxima seja de 1V, terá que dobrar essa capacitância para cada ampère consumido. Se a ondulação aceitável for o dobro, a capacitância será a metade. Trata-se, então, de uma questão de escolha e de necessidades.
Na vida real, circuitos de amplificação modernos e bem projetados têm alta rejeição às ondulações de sua fonte, assim, valores como o advogado por Rod Elliott são satisfatórios para amplificadores em classe B realimentados, atualmente. Obviamente, cada classe de amplificação tem suas características de consumo de corrente, e isso deve ser levado em consideração.
Mas, se o hobista resolve montar um amplificador com baixa realimentação, com tecnologias, componentes e projetos com rejeição pobre a ruído e zumbido, necessitará de muita capacitância, retificadores com alta capacidade de surto, estressará a fonte como um todo etc desnecessariamente… e isso é mais comum do que se imagina, nos dias de hoje…
Rod Elliott (Ref. 1) cita que já viu alguns defendendo que 100.000µF é o mínimo que deve ser usado com um amplificador potente (digamos, 200W/canal ou mais), mas acha isso difícil de justificar.