Dito isto, vamos ao equipamento que adquiri para recuperação, que foi bastante trabalhosa.
Trata-se de uma unidade na cor preta, anodizada, e com a estética razoável. Muitos anos de uso e de poeira (na verdade terra mesmo) internamente. Foi feita uma limpeza geral e lavagem das partes mais sujas.
Foram substituídos todos os capacitores eletrolíticos do equipamento, sendo os principais, das fontes, ampliados de 5000uF/70V para 10000uF/80V da marca EPCOS. Nada contra manter os valores originais, mas a diferença de preço compensa a redução do ripple máximo das fontes.
Também troquei os resistores de dreno das fontes, de 2k7 ohms por 2W de dissipação, por unidades de 5W. Os originais aqueciam bastante e foram soldados, de fábrica, bem próximos à placa de material fenólico, que, literalmente, foi queimada por eles. As novas unidades foram afastadas da superfície e seus terminais isolados por espaguetes térmicos.
Outra manutenção necessária foi a recuperação de uma trilha de cobre de aterramento, que foi literalmente queimada em algum defeito e substituída por um pedaço de fio flexível. Fita de cobre adesiva, protegida por verniz, recuperou a trilha. O arame rígido ao lado foi mantido, pois estava firme e bem soldado, necessitando apenas de fixação com verniz.
A placa dos VUs apresentava as mesmas gambiarras, mas por serem trilhas muito finas, foram substituídas por fios isolados, colados na placa.
Aparentemente esse equipamento sofreu algum curto nessas fiações, pois os módulos amplificadores estavam perfeitos e originais.
Feito isto, chegou a hora da montagem da placa da fonte no chassis, junto com a placa de VU e os conectores e chaves.
As fiações que alimentam os módulos de potência e as que os conectam às saídas de falantes foram substituídas por fios de bitola mais grossa, diminuindo as perdas de conexão.
Aliás, eu já havia restaurado um PA800, amplificador menos potente mas que compartilha a mesma topologia do PA1800 e que tem montagem bastante parecida, e, tal como nele, observei que a fiação de ligação dos conectores de falante não seguia as melhores práticas quanto a compartilhamento de sinal.
Vejam nas fotos abaixo, do PA800, que tem a conexão idêntica à do PA1800D, como a fiação de negativo é compartilhada entre os canais com um arame soldado. Foi retirado e substituído por cabos bitola 16AWG, ligados à fonte.
Aliás, como vocês verão nos testes, a utilização de dois transformadores para alimentação independente de cada canal foi uma boa providência (apesar de não ser recomendável empilhá-los como foi feito no PA1800D), mas a utilização de um circuito de fonte comum para os circuitos periféricos deixou o leiaute da placa com alguns problemas nos caminhos de aterramento, o que, com certeza, influenciou nas medições. O ideal seria isolar os caminhos de terra dos dois transformadores e fazer uma conexão em estrela ou um barramento para um aterramento comum.
Tratamos, então, de refazer a fiação interna, com chicotes feitos com cintas de plástico, pois aquelas amarrações com barbantes encerados originais sujam muito e quando soltam ficam muito ruins.
Toda a fiação de primário e secundário do transformador de força, bem como a da chave liga-desliga, foi devidamente blindada com cobre e protegida, para redução do zumbido e proteção interna. Um capacitor cerâmico foi colocado na chave de força, para reduzir ruídos de comutação.
Análise e descrição da restauração detalhadas, fazendo juz ao legado da conhecida revista Antenna. Parabéns pela iniciativa!
Obrigado Fábio,
Por enquanto é experimental. Com o tempo, iremos colocar em produção. Abraço,
Sensacional trabalho Marcelo. O q nao é novidade né
valeu, Albano!
Parabéns pelo trabalho, Yared.
Está excelente.
Abraço.
Obrigado, Régis!
Muito feliz com a volta da revista. Vida longa!
Nabuco, como andam os projetos? Tenho certeza que tens boas matérias para a revista. Vamos deixar a revista sempre interessante
Parabéns pelo trabalho
Obrigado, Alan!
Excelente artigo! Parabéns!
Obrigado Regivaldo!
Excelente matéria! Lembrei das análises de Pierre Henri Raguenet na Antenna dos anos 1970/80. Parabéns!
Obrigado, Alexandre! Fique de olho pois haverá mais análises, inclusive de equipamentos que o Eng. Raguenet e o Gilberto Jr. analisaram na época, para comparação.
Abraço,
Falar sobre a competência e o conhecimento técnico do Yared é como chover no molhado. Fica aqui registrado os meus Parabéns pela iniciativa e empenho em resgatar o legado desta incrível revista. Grande abraço Marcelo!!!!
Obrigado Tonhão! Os amigos da confraria estão convidados a colaborar! Abraço,
Prezado, deparei agora com este retorno e fiquei muito feliz, as 3 análises que vi são impecáveis a altura da publicação. Agradeço imensamente o seu empenho.
Existe possibilidade de publicação da revista em papel?
Obrigado, Cláudio! Quanto à publicação em papel, cremos que o tempo vai dizer. Se o público leitor gostar e houver demanda significativa, quem sabe Antenna Edições Técnicas possa voltar a imprimir e remeter, na forma de assinatura, por exemplo, as revistas, como ocorria até 2007? Em breve publicaremos a edição de outubro, com mais análises e novidades. Fique de olho. Abraço,
Prezado Cláudio, obrigado. Em junho deveremos ter novidades sobre a impressão. Fique de olho. Abraço,
Excelente explanação. Muito técnica e completa. Parabéns, muito sucesso a todos !
Obrigado, Bruno. Abraço,
Muito boa análise do aparelho e restauração rica em detalhes
E importante saber o que temos em mãos tecnicamente
Parabéns e muito sucesso
Abraços
Obrigado, Denny! Forte abraço,
Gente boa, eu coloquei esses MJE15032/MJE15033 e 2SC4793/2SA1837, conforme dita o texto, supracitado, porém não obtive êxito. O off set, simplesmente, desapareceu! Além de não conseguir controlar o off-set, via trimpot ( R117 ), o VU do Pa-1800D, mostrava três led’s acesos intermitentemente.
Prezado Humberto, é meio complicado saber o que está errado a partir de seu relato, mas, a primeira coisa que me vem à mente é tentar saber se esses componentes não são falsos e se foram colocados corretamente. Esse amplificador é muito simples e esses transistores muito comuns, de forma que não é comum ter problemas desse tipo com transistores originais. Lembre-se de que os BD e os 2S têm disposição de pinos diferentes.
ANTENNA, pode ser que sejam falsos! Você tem razão. Eu… rsrsrsrs apelei e coloquei somente os 2SC4793 e 2SA1837, tanto nos drivers quanto nos excitadores. Funcionou legal! Sim, eu fui pelo esquema, seguindo as referências aqui informadas! Sei que diferem, um é PNP e o outro é NPN. Os agudos ficaram cristalinos! Show!
À propósito, como obter componentes autênticos? Sério mesmo, é difícil!
Finalmente, existe algo que possa nos ajudar para não cooperar com os falsários?
Vossa postagem é valiosa! Muito obrigado!
Que bom que funcionou, Humberto! De fato, conseguir ter confiança nos transistores no comércio nacional é complicado. Neste artigo https://revistaantenna.com.br/transistores-falsos-como-reconhece-los/, você encontrará uma maneira prática de diminuir muito as incertezas. O que eu pratico é não comprar transistores de potência no eBay, Ali etc, apenas na Mouser, Arrow, Newark e outros grandes revendedores internacionais. Quanto aos drivers, compro regularmente nas lojas locais, mas meço também as capacitâncias entre base e emissor, pois, no caso dos MJE150XX, por exemplo, que já têm pastilhas grandes, ela deve se situar em torno de 1,5nF a 1,7nF. meça os que você acha que são falsos, com o processo descrito no artigo citado, e compare. Abraço,
Excelente trabalho. Muito útil para quem dá manutenção nesses amplificadores.
Com referência ao seguinte parágrafo:
“– Idem para os transistores Q111, Q112, Q211 e Q212. Que deveriam ser 2SD401 e 2SB546. Neste caso, apesar de similares em ganho e fT, o VCEo do TIP31C é de 100V, o que não é recomendável para um amplificador que pode vir a trabalhar com até 124VCC de tensão de malha a malha (62V simétricos). Assim, foram substituídos pelo par MJE15032/MJE15033, com características um pouco superiores e VCEo em confortáveis 250V.”
Pergunto: será que muda algo, em termos de qualidade sonora, Graves/Agudo, caso eu mude esses MJE-15032/15033 para 2SC4793/2SA1837, também? Ou seja, tanto os drivers quando os excitadores forem 2SC4793/2SA1837 ? Quais seriam os prós e os contras?
Prezado Humberto, do ponto de vista técnico, considerado o tipo de circuito, não vejo porque será muito melhor, ou pior. Não creio que você vai conseguir perceber diferenças de qualidade sonora. O MJE é um transistor mais robusto, mas não me parece que, para impedâncias de carga e regimes musicais normais, isso vá fazer diferença para esse amplificador. Minha única recomendação é mantê-lo no dissipador de calor utilizado, com pasta térmica. Abraço,
ANTENNA, muito obrigado pela valiosa informação! Aliás, meus sinceros agradecimentos pela rapidez nas respostas. Show! Rogo ao Nosso DEUS para que, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, os mantenha nessa presteza e protegendo a todos nós! Amém!
Caro Marcelo. Como eu disponho de uma quantidade considerável de MJE15032/33 originais, pois foram comprados na Mouser, optei em usá-los tanto nos excitadores quanto nos Drivers. Algum inconveniente nisso?
No lugar dos 2SB438/2SD560 utilizei os MPSA42/92, de mesma procedência.
A propósito, eu utilizei esses MJE no lugar dos Drivers TIP 42/42 do TONOS ST 200 e o resultado também foi muito bom.
Creio que deve funcionar, srm problemas, Marcos. Atente apenas para o HFe mínimo do transistor que será substituído. No caso dos TIP, sem nenhum problema, com certeza.
Achei o Cygnus mais bonito que o Nikko