As Conexões HDMI

Há uma variedade de métodos para efetuar essa regeneração e o resultado final depende muito de como ela é feita. Portanto, a forma como o sistema foi implementado tem impacto significativo em seu desempenho.

A especificação HDMI não define como isso pode ser feito, mas define claramente como os dados devem ser para que o sistema funcione corretamente.

Em muitos equipamentos que têm geradores de sinal de vídeo (como um Blu-Ray player), os clocks são gerados de uma mesma fonte e são chamados de coerentes. Neste caso, o HDMI tem sua melhor performance na redução de jitter.

Mas também existem produtos onde os clocks não têm uma relação direta e conhecida, ou seja, são totalmente assíncronos. Neste caso, o jitter pode ser significativo, pois a relação fixa entre os clocks deixa de existir, e a vantagem de qualidade é perdida. 

Como o sistema não tem um clock master de áudio, e este é derivado do clock de vídeo, caímos na mesma situação já anteriormente citada anteriormente, onde o sistema precisa dos circuitos auxiliares para regenerar o clock de áudio corretamente.

Os erros na recuperação do clock são medidos como o já conhecido jitter – quanto maior o jitter, menos fiel será sinal recuperado, e pior a qualidade sonora resultante.

Ao que tudo indica, as primeiras versões de HDMI sofriam com o jitter de áudio em função da arquitetura implementada. Há produtos que apresentam jitter na entrada HDMI muito pior que na entrada S/PDIF.

A especificação HDMI 1.3a descreve o sistema ARC (Audio Rate Control – ou controle de taxa de áudio). Essa versão coloca uma memória e um clock master no receptor, eliminando de vez os problemas com jitter de áudio, e a introdução desse sistema talvez seja um reconhecimento da existência de problemas nas versões anteriores.

 A solução é bastante elegante e utiliza comandos, chamados de CEC, para indicar ao transmissor a necessidade de aumentar ou diminuir a transmissão de pacotes de forma a manter a memória do sistema cheia.

Uma característica pouco conhecida do HDMI é que a banda dos canais de áudio depende de fatores relacionados ao vídeo, como a frequência do clock principal, do formato e da resolução da tela e até de uma característica do HDCP (a proteção de conteúdo), mas, no geral, mesmo na pior resolução de vídeo suportada pelo sistema, o sinal de áudio pode ter 8 canais com 48 kHz ou 2 canais de 192 kHz, o que é bastante razoável.

Nos formatos HD, e superiores, a redução da disponibilidade de banda já não ocorre, sendo que nesses casos ficam disponíveis os 8 canais de áudio de 24 bits/192 kHz. Essa limitação é decorrente do fato que a transmissão de pacotes de áudio está atrelada à velocidade de transmissão do sinal de vídeo, mas torna-se pouco relevante nos formatos atuais.

No próximo artigo, veremos como está o HDMI hoje em dia e faremos considerações práticas sobre seu uso.

Até lá!

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