Na realidade, a conexão Toslink produz um nível de jitter maior na transmissão, o que acaba degradando o sinal resultante na saída do sistema. Há um debate intenso na mídia sobre a qualidade inferior do áudio produzido a partir de uma conexão Toslink quando comparada à coaxial. Será que isso procede?
Sem entrar em detalhes técnicos, nosso leitor assíduo já tem condições de dar a resposta.
Antes de continuarmos com este assunto, vamos falar um pouco sobre a interface AES/EBU. Esta é a interface padrão utilizada no mundo do áudio profissional e ultimamente tem sido vista em produtos de alta performance para uso doméstico.
Na realidade, o padrão S/PDIF foi baseado no padrão profissional AES/EBU (Audio Engineering Society / European Broadcast Union – ou Sociedade de Engenharia de Áudio / União Europeia de Rádio –Televisão), que são as entidades que originalmente trabalharam na criação do padrão. O AES/EBU se tornou o padrão AES3 com a publicação de uma norma pela AES em 1985, e que foi revista na década passada.
Na realidade, essa norma internacional descreve todos os formatos acima, que têm a mesma origem, mas objetivos diferentes: alguns são voltados ao mercado profissional e outros ao mercado de consumo.
O padrão AES tem dois tipos padronizados: o balanceado e o desbalanceado, tal como as entradas analógicas balanceadas e desbalanceadas discutidas anteriormente. A conexão AES balanceada utiliza um conector XLR similar ao conector de áudio balanceado e a conexão desbalanceada utiliza um conector BNC. Os cabos e suas impedâncias caraterísticas são diferentes, o padrão desbalanceado utiliza o cabo coaxial de 75 ohms e o padrão balanceado utiliza um cabo blindado com dois condutores trançados em seu interior com impedância de 110 ohms.
Os padrões AES têm capacidade de transmitir sinais a até 100 metros de distância. O padrão S/PDIF com BNC, citado anteriormente, é muito parecido com o AES/EBU desbalanceado, mas as semelhanças param por aí. Por sorte, eles pertencem a mundos diferentes, mas, como temos visto cada vez mais equipamentos de alta performance com conexões oriundas do mundo profissional, lembro que existem diferenças.
É importante citar que a qualidade dos cabos utilizados nessas conexões é de suma importância. Dada a natureza dos sinais que trafegam nas conexões digitais, os cabos têm de ser de boa qualidade. Caso contrário, eles poderão provocar uma série de problemas, como reflexões, perda de sinal e “jitter”. Isso também é válido para os cabos ópticos.