Com um canivete, verificamos que o madeiramento das cruzetas estava completamente sadio no seu interior, e, depois de uma escolha criteriosa, meia dúzia de cruzetas foram fazer companhia ao veterano Carmos dentro da Kombi!
Mais uma “sapeada” pelo local, e saímos sobraçando uma velha roda de bicicleta sem alguns raios, uma roda-polia de uma máquina de costura “matusalêmica”, um tubo de ferro cromado pertencente a um ventilador de coluna, alguns metros de cabo de aço médio, um rolo de arame galvanizado grosso, e “maravilha das maravilhas”: um rolo de arame de cobre no 8, já muito usado, porém ainda apto a prestar bons serviços!
Depois de colocar toda esta “tralha” dentro da Kombi e de ter acertado com o dono do estabelecimento o “prejuízo” total, voltamos para o sítio, felizes da vida pela “pescaria” efetuada, mas não sem antes passar pelo jornaleiro da cidade e ver se já tinha chegado o último número de Eletrônica Popular, e de passar pelo supermercado local e providenciar as encomendas da “patroa”.
No dia seguinte, logo após o cantar do galo, tomamos café e fomos para a oficina dar início ao nosso tratamento!
Primeiro, desmontamos inteiramente o veterano Carmos, e constatamos a justeza de nossas observações do dia anterior quanto à sua recuperação.
Voltamos rapidamente à cidade, onde adquirimos dois novos rolamentos, duas novas escovas, um rolo de cadarço branco para enrolamentos de motores, algumas folhas de lixa para ferro, uma folha de fibra fina, uma latinha de zarcão e outra de tinta a óleo cinza-escuro.
Com este material, demos início à reforma de nosso gerador. Primeiro, encadarçamos novamente as “panquecas” do campo, depois de ter retirado com cuidado o que restava do encadarçamento original. Em seguida, passamos verniz, e as “panquecas” foram postas ao sol para secar. Com auxílio das lixas de ferro, retiramos a ferrugem do interior da carcaça e passamos duas mãos de zarcão nesta. Com a folha de fibra, forramos todo o interior da carcaça e montamos em seus lugares as massas polares e as respectivas “panquecas”, que, a essa altura, já estavam completamente secas.
Com isso, conseguimos a eliminação total dos curtos existentes e, com o nosso veterano “Sanwa 320”, pudemos verificar ser perfeito o isolamento conseguido! Uma passagem de lixa fina no coletor deixou este limpo e brilhando!
Montamos os rolamentos em seus respectivos mancais, aplicando-lhes generosas camadas de graxa especial para rolamentos.
Finalmente, montamos todo o conjunto, tendo o cuidado de introduzir previamente, entre o campo e o induzido, folhas de fibra fina de 4 cm X 15 cm. Tais folhas, posteriormente retiradas com um alicate de bico fino através das aberturas de ventilação do gerador, garantiram uma perfeita centragem do induzido em relação às peças polares do campo, separados por uns escassos 2 milímetros!
Pessoal boa tarde.
Voces não imaginam a alegria de reler O Capyau. Relembrando os idos de antigamente.
Obrigado pela lembrança.
Abraços
Carlos