A primeira providência que nos ocorreu foi a da energia elétrica! Como consegui-la? A rede de distribuição mais próxima estava a quilômetros de distância!
No entanto, possuíamos em nosso pequeno sítio um rudimentar moinho de fubá, movido a água, e com mais de 40 anos de idade! Com o auxílio de um velho tambor de ferro de 200 litros, um relógio de pulso com ponteiro marcador de segundos, e no mês de mínima vazão, conseguimos determinar com relativa precisão a potência hidráulica disponível, que era de 1 HP!
Já dava para “quebrar um galhão”! A solução ideal seria a aquisição de um grupo gerador, composto de uma turbina hidráulica totalmente blindada, com o respectivo regulador automático a óleo e alternador acoplado.
No entanto, a “quilociclagem” disponível não dava nem para a saída! Pegamos nossa veterana Kombi “66”, e rumamos para a cidade mais próxima, à procura de um “ferro-velho” onde pudéssemos fazer uma “pescaria” proveitosa.
Logo no primeiro onde entramos, nos deparamos, num canto, com um veteraníssimo gerador Carmos coberto de poeira! Tirando a sujeira da plaqueta de características, pudemos ler, não sem alguma dificuldade, que se tratava de um gerador de C.C. de 110 V por 750 W e de apenas 650 r.p.m., o que se adaptava lindamente às nossas pretensões!
Trazido o gerador para a luz do sol, constatamos que as bobinas de campo estavam em péssimo estado, com o encadarçamento todo destruído e em curto com a carcaça!
“Chacoalhando” o eixo do induzido, sentimos que os dois rolamentos de apoio estavam com folgas terríveis! Quanto às escovas, só existiam os restos de uma, a outra havia desaparecido! Felizmente, o induzido estava com o seu bobinado em bom estado, e o coletor, inexplicavelmente, estava “joia”!
Depois de uma longuíssima “conversa” sobre futebol com o dono do estabelecimento, conseguimos botar aquele “ferro-velho” dentro de nossa Kombi por Cr$ 3,00 (três cruzeiros), o quilo!
Mais uma “olhada” pelo estabelecimento e deparamos, maravilhados, com um punhado de cruzetas de madeira com os respectivos isoladores de porcelana, grampos de fixação aos postes, barras de estaiamento etc.
Não restava dúvida, o nosso “Astral” estava bom mesmo naquele dia!
Pessoal boa tarde.
Voces não imaginam a alegria de reler O Capyau. Relembrando os idos de antigamente.
Obrigado pela lembrança.
Abraços
Carlos