Embora, no tal gravador, a fita não fosse tracionada com velocidade constante e o apagamento e polarização fossem realizados por um imã tipo ferradura, acoplado externamente, o prazer de ter um gravador de fita superava tais limitações.
No mesmo exemplar, temos um artigo que de início parecia ter saído de um conto de ficção científica, intitulado “Eclipse das válvulas de rádio?”, em que são descritos os princípios de um componente que iria modificar o mundo, chamado de Transistor.
É a primeira vez que, na imprensa técnica brasileira, é noticiado o surgimento do transistor, com suas técnicas de fabricação e sugestões para futuras aplicações. Certamente ninguém iria imaginar que tal descoberta iria revolucionar os meios de comunicação, ao dar origem, anos depois, aos “chips”
FIG 3 – Sua Excelência… O Transistor!
Ainda iria levar alguns anos até que fosse publicada a primeira montagem com um circuito transistorizado. Na ocasião, as válvulas ainda dominavam nos equipamentos, principalmente os modelos europeus do pós-guerra, tal como podemos observar nas montagens publicadas. Talvez, motivado pelas novidades que surgiam a cada dia, Jorge Kempner resolveu atualizar o circuito de seu rádio portátil, o “Super Charutodino”, introduzindo uma série de aperfeiçoamentos, que provocaram polêmicas, como veremos no próximo número.