Jaime Gonçalves de Moraes Filho*
Embora os conhecimentos sobre o Rádio tivessem avançado, os problemas enfrentados pelos seus entusiastas pareciam não ter fim.
Um dos mais pesquisados estava relacionado com a alimentação das válvulas, que geralmente exigiam três fontes distintas: a “A”, de baixa tensão e alta corrente destinada a alimentação de seus filamentos, geralmente entre 2,5 e 6 Volts – nada que um conjunto de pilhas de telefone, ou algumas do tipo “D”, não resolvesse a situação.
Alguns receptores exigiam outra fonte, para a polarização da grade das válvulas, a alimentação “C”, de baixa tensão e baixa corrente.
A terceira alimentação, também em corrente contínua, destinava-se a às placas das válvulas, por uma fonte de corrente contínua de tensão mais elevada, entre 22,5 e 90 Volts, e baixa corrente, chamada de “B”, daí as denominações de +B e –B, utilizadas até hoje.
Para se conseguir tensões elevadas, a solução era se associar vários elementos em série, que acarretava um custo elevado, o que quase sempre levava ao improviso, como, por exemplo, a fabricação de elementos de chumbo, formando uma bateria de acumuladores com a tensão desejada. A ideia era excelente, porém outro problema surgia: Como obter a corrente contínua com a tensão necessária, de modo a carregar tal acumulador improvisado?
No número de janeiro de 1929, Antenna publicou os ensinamentos necessários à construção de um retificador químico – eletrolítico, empregando eletrodos de chumbo e alumínio mergulhados em uma solução de Bórax. A limitação de corrente era feita com uma lâmpada incandescente comum.
Para aqueles que tivessem maiores posses, havia a possibilidade de adquirir-se um conjunto de carregador/comutador da Philips, embora as suas conexões não fossem tão simples assim…
* Professor de Física e Engenheiro de Eletrônica