Embora os receptores tenham cumprido a exigência de sintonizar as duas emissoras em funcionamento, as montagens podem nos parecer bastante primárias, tais como trabalhos executados por algum estudante do Ensino Fundamental para uma Feira de Ciências.
No entanto, devemos lembrar que se trata de um material impresso de 1926, quando até mesmo as ferramentas mais simples, como alicates de bico, soldadores elétricos e soldas adequadas ainda eram inacessíveis para a maioria dos entusiastas da Radiofonia.
Imagine-se, agora, realizar a montagem de um circuito, que embora simples, possuía uma chave seletora construída com cabeças de alfinetes… Sem contar com a dificuldade de obtenção de um cristal detetor adequado.
Vamos lembrar que, mesmo para a montagem de um simples receptor a Cristal, existiam dois grandes obstáculos: os “Phones de ouvido” e o Cristal de Galena. Em relação ao primeiro, Antenna , anos mais tarde, chegou a publicar um artigo sobre a construção caseira de um fone, empregando a ferragem e o enrolamento de um transformador de saída.
Já o cristal detetor podia ser “fabricado” em casa, aquecendo-se uma mistura de limalhas de chumbo com flor de enxofre, o que resultava na maioria dos casos em uma borra sem utilidade, porém com a capacidade de impregnar todo o ambiente com gases tóxicos.
Tal como registrado nas páginas de Antenna, na tentativa de se obter algum tipo de detetor, uma infinidade de dispositivos foram tentados: rodelas de batata, sabão, lâminas de corte e, até mesmo… antenas de baratas!