ANTENNA – Uma História – Capítulo  XLV

Outras opções eram a tradução e adaptação de artigos dedicados a montagens de equipamentos, publicados na revista  “Radio News”, ou então, em último caso, o próprio diretor da revista, o Dr. Gilberto Affonso Penna “partir para a briga” e escrever artigos assinados por Ondino de Freitas Vasconcellos (O.F.V.) ou o F.B. Oldman (F.B.O.), personagens fictícios criados por ele.

Como vimos anteriormente, o acordo feito entre Antenna e a empresa jornalística Ziff-Davis Publishing Co. tinha como objetivo principal preencher a lacuna formada pela ausência de artigos nacionais,  apesar de ter sido  publicados  alguns textos ensinando aos leitores como redigir artigos técnicos.

No entanto, os resultados não foram aqueles que se esperavam. Poucos técnicos  se dispuseram a escrever artigos para publicação (situação que não mudou muito, no decorrer de todos esses anos, com a tarefa  sendo executada sempre por um pequeno grupo de autores).

Tal como lembrou Gilberto Affonso Penna na década de 1950, “o contrato com a Ziff-Davis, se, por um lado, tinha proporcionado aos leitores o conhecimento das técnicas mais recentes, relacionadas com a Televisão, a Alta Fidelidade e os transistores”, por outro lado suprimiu o que ele chamou de “Primeiros degraus”; aqueles conhecimentos básicos e montagens destinadas aos principiantes da eletrônica, necessários “em um país onde são quase inexistentes os cursos especializados” (G.A. Penna – 1956).                                                 

Na ocasião, vários leitores  se manifestaram sobre a necessidade de uma linha editorial que realizasse a cobertura simultânea dos setores profissional, didático e experimental da Eletrônica e das Telecomunicações.

Criar uma nova revista seria uma tarefa inviável naquela ocasião, devido  às dificuldades financeiras e burocráticas para a importação do papel de imprensa.

A saída encontrada foi criar um suplemento da revista Antenna, contendo os artigos da “Popular Electronics” norte-americana, editada também pela Ziff-Davis, destinada não só as Radiocomunicações, mas cobrindo todos os ramos da Eletrônica, dando atenção especial para as montagens e experimentos.

Paralelamente  a Editora Antenna entraria em contato com indústrias do ramo, para que o mercado nacional fosse suprido dos componentes empregados nas montagens.

Neste sentido, várias empresas, de imediato, atenderam ao chamado, passando a fabricar relés, capacitores variáveis  (Metaltex), Transformadores (Willkason) e  Indutores (Supertena/SNE).

O primeiro número de Eletrônica Popular chegou aos leitores em maio de 1956, com  73 páginas e uma tiragem declarada de 18.000 exemplares.

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