Como o número de receptores crescia a cada dia, alcançando um número razoável, os clubes criaram a “Liga Carioca de Foot-Ball de profissionaes”, uma vez que viam nas transmissões das partidas “um pavoroso atentado a seus cofres”. Quem tentasse se referir às transmissões de partidas de futebol era “malsinado e execrado pelos clubs“.
Claro que a coisa não poderia ter ficado nisto… Iniciou-se uma briga de gato–e–rato, culminando com a proibição total das transmissões no interior dos estádios.
Uma vez que a imaginação sempre sobrou para aqueles pioneiros, o “speaker” Amador Santos lançou mão do que chamava de “posto das nuvens”, que consistia em uma arquibancada improvisada com sarrafos e tábuas, encimada por duas cadeiras, montada em um galinheiro de uma das casas da “barreira” do Vasco.
Uma foto da equipe de transmissão foi publicada em 1931 nas páginas de Antenna, onde se percebe a precariedade de tal montagem.
Os dirigentes do Vasco da Gama ficaram furiosos, porém nada podiam fazer, afinal de contas, o locutor esportivo (na época o “speaker”) não estava dentro das dependências do estádio. Depois de protestar junto ao Rádio Club os dirigentes vascaínos tentaram de arrumar um meio para impedir a visão do campo.