No entanto, as transmissões não poderiam ser realizadas a partir daquele local, por falta de espaço e de condições técnicas. As tentativas que foram levadas a efeito mostraram que era necessário um estúdio.
Ciente da situação, o Diretor Geral dos Telégrafos, Dr. Francisco Bhering tomou as providências necessárias para a instalação de um estúdio, tendo para tal cedido o prédio pertencente à repartição, situado no Nº 35 da Praça Duque de Caxias, no Largo do Machado, que recebeu as obras necessárias.
Uma linha telefônica dedicada foi instalada, ligando o estúdio do Largo do Machado à estação transmissora da Praia Vermelha. Na ocasião, foram também instalados alto-falantes nas árvores do jardim, de modo permitir à população ouvir a programação da nova emissora.
O Rádio Club do Brasil iniciou oficialmente suas atividades em 1924, transmitindo com 500W de potência, na frequência de 930 kHz, aliás, “ao lado” da Rádio Sociedade (em 750 kHz), o que viria a trazer um sério problema: os receptores utilizados pelos ouvintes, eram na sua maioria, simples “Galenas” , que possuíam uma seletividade bastante precária, apesar dos esforços dos entusiastas para contornar tal deficiência.
Os demais receptores tais como os de RF sintonizada ou regenerativos eram mais seletivos, mas longe das características dos receptores atuais. A tendência geral era “misturar” as estações, tornando muitas vezes a audição incompreensível.
Alterar-se a frequência dos transmissores não era algo simples, como pode-se supor, envolvendo até mesmo um redimensionamento do sistema de antena. E como ambas as estações utilizavam equipamentos cedidos, tal procedimento estava fora de cogitações.
A solução encontrada pela dupla Roquette – Pinto e Elba Dias foi criar uma grade de programação em que cada emissora transmitiria em horários distintos. A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro iniciava suas atividades às 12 h com o “Jornal do meio-dia”, que terminava às 13 h, quando o Rádio Club do Brasil começava a sua programação, continuando a alternar-se até as 20 horas.
FIGURA 2 – Programações
