ANTENNA – Uma História – Capítulo IV

No entanto, logo percebeu que o Rádio estava limitado a alguns poucos cidadãos, uma vez que para possuir um receptor em casa era necessária uma permissão do Ministério da Viação, através dos Correios e Telégrafos e ainda por cima “apresentar um “fiador idôneo”. Supunha-se que o Rádio era algo muito perigoso, capaz de levar segredos militares brasileiros às potências estrangeiras. Mas Roquette-Pinto iria mudar as coisas.

Henrique Morize

Henri Charles Morize ou como se tornou conhecido no Brasil, Henrique Morize, nasceu na França em 1860. Veio para o Brasil com quinze anos, naturalizando-se.

Em 1880 ingressou na Faculdade de Direito, desistindo do curso pouco tempo depois. Ao se mudar para o Rio de Janeiro foi telegrafista e acabou por cursar Engenharia na antiga “Escola Politécnica”. Através de concurso público foi trabalhar no “Imperial Observatório do Rio de Janeiro”, onde trabalhou durante vários anos.

Em 1898 defendeu Tese sobre os Raios Catódicos e Raios X, estabelecendo um método prático para a localização de projéteis alojados no corpo humano.

Em 1916, junto com alguns colegas de trabalho da Escola Politécnica, fundou a Sociedade Brasileira de Ciências (SBC), que se transformaria posteriormente na Academia Brasileira de Ciências, sendo seu presidente durante 14 anos.

Um dos membros da SBC era Edgard Roquette–Pinto, que estava entusiasmado com a ideia de utilizar o Rádio como meio de levar a Educação a cultura e a Ciência até os locais mais distantes do Brasil.

Após ouvir os argumentos de Roquette–Pinto, Morize concorda em participar da fundação de uma estação de rádio. Como não havia recursos disponíveis para tal, concordam em que tal emissora deveria funcionar sob o regime de sociedade, em que cada um dos membros contribuiria com uma taxa mensal para a manutenção da estação. Faltava, no entanto, um “pequeno detalhe”: um transmissor.

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