ANTENNA – Uma História – Capítulo II

Embora a construção de um “Galena” fosse algo bastante simples, esbarrava-se em um problema: o alto custo dos “phones de ouvido”.

Na edição comemorativa dos 50 anos de Antenna, Pareto Neto, um dos membros do grupo acima citado, nos contou que: -“Muitos telefones públicos, precursores dos antigos “Orelhões”, amanheciam sem os fones, apenas com uma pedra amarrada com um barbante, pendurada no gancho”.

Para os mais abonados, restava a solução de montar um receptor a válvulas, que tanto podia ser um circuito de RF sintonizada como um regenerativo. 

No entanto, devido a uma série de medidas de segurança tomadas durante a Primeira Guerra Mundial, foi proibido no território nacional a utilização de equipamentos de rádio (transmissão ou recepção), a menos que se obtivesse do governo uma licença para tal.

A infração destas determinações levava a multas elevadas e, em alguns casos, à prisão do cidadão. Como a recepção era feita quase que exclusivamente pelos chamados Rádio-Galenas, que exigiam uma longa antena externa, os portadores destes aparelhos poderiam ser identificados com facilidade, bastando se observar onde se encontravam as  longas antenas, construídas com hastes de bambu ligadas por um fio de cobre.

A solução encontrada por alguns foi a utilização das chamadas “antenas de quadro”, que, embora possuindo um rendimento bastante inferior a um tipo externo, evitavam maiores problemas.

Figura 2 – Receptor e Antena de Quadro

Enquanto em vários países o rádio era tido como um avanço tecnológico, o Brasil desestimulava a sua utilização…

 Apesar da agitação daquele ano de 1922, com a Semana de Arte Moderna, eleições presidenciais, Levante dos 18 do Forte e do Manifesto Comunista, as obras da Exposição Internacional no Rio de Janeiro, continuavam em ritmo acelerado, e em breve a população iria ter o primeiro contato com o rádio.

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