Não há, tanto quanto saibamos, nenhum sintonizador (ou “acoplador”) de antenas, para radioamadores, de fabricação comercial brasileira, dotado de saída simétrica para linha de 300 ohms (N.R.: o artigo original é de 1987): têm, quase todos, previsão apenas para cabo coaxial (50/75 ohms) e, em alguns, também para antena monofilar. Por este motivo, o uso de linha aberta demandará um sintonizador de construção caseira.
Em seu artigo, PY4AEB informa ter utilizado o esquema básico da figura 1. Para operar nas faixas de 20, 15 e 10 metros, diz ele:
“Preferi usar três sintonizadores, um para cada faixa, de modo que, ajustados, ao mudar de faixa, eu simplesmente mudo as conexões de saída do transceptor e de entrada da antena.
Cada sintonizador é constituído de uma bobina L2 em paralelo com um capacitor variável, C, de 100 pF (N.R.1). Cada bobina é feita com fio comum de ligações elétricas, com 2 mm de diâmetro (12 AWG), do qual foi retirado o plástico isolante. O diâmetro da bobina é de cerca de 4 cm, com núcleo de ar. Ao construí-las, procurei um espaçamento entre espiras de 0,5 cm e ajustei o número de espiras de cada uma delas, por tentativas, para ressonância com o capacitor variável na metade, aproximadamente, de seu curso; isto foi feito usando um ressonímetro (“grid-dip meter”) ajustado sucessivamente em 28,5 MHz, 21,3 MHz e 14,2 MHz. Cada bobina possui seu “link” variável, L1, com duas espiras e um diâmetro de 3 cm, feito com o mesmo fio, porém sem lhe retirar o plástico isolante.
Cada sintonizador tem todos os seus componentes montados em uma base isolante. Os terminais do “link” L1 (isto vale para cada faixa) são conectados ao medidor de ondas estacionárias, nos terminais marcados “antena”. Os outros terminais do medidor, marcados “transmissor”, são ligados por um pedaço de cabo coaxial ao transceptor.
O ajuste para cada faixa é feito assim: a bobina L2, que fica em paralelo com o capacitor, é ligada à Idealinha, e procura-se a ressonância através da recepção (máximo de ruído). Passa-se à posição de sintonia, injetando-se o mínimo de portadora suficiente para permitir, pelo processo usual, determinar o valor da R.O.E. (relação de ondas estacionárias). Varia-se o acoplamento entre o primário (“link”) e o secundário da bobina para o mínimo valor de R.O.E., retocando-se sempre a capacitância do variável do sintonizador. Se não for possível obter-se o valor desejado de R.O.E.= 1:1, usar derivações na bobina, simétricas, até obter esse valor. Retira-se a portadora e ajusta-se o transceptor para operação e carga normais.”
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Aí está, em resumo, a “receita” de PY4AEB, para emprego de linha aberta em lugar do cabo coaxial. Os resultados? É ele que o diz:
“Por volta do meio dia (no dia em que fez suas primeiras experiências) os E.U.A. se curvaram diante do Brasil! Nunca tantos americanos desejaram falar ao mesmo tempo, assim, comigo; um verdadeiro ‘pile-up’ na frequência, e todos com reportagens fantásticas, desejando informes sobre antena, potência, etc.!