Assim, vemos que o controle de “bias” do estágio de saída do amplificador atua sob um sistema bastante complexo de monitoração e controle; há um estágio convencional de polarização, seguido por um estágio que acrescenta polarização, dinamicamente, ao dispositivo não ativo (o “Syncro-Bias”, ou “new class A”) e um pós-controle de temperatura e nível de sinal, realizado pelo processador proprietário da Technics, em seu módulo “Computer Drive”.
O resultado no comportamento da polarização, e na linearidade do estágio, pode ser vista no gráfico de distorção versus potência, apresentado anteriormente, onde a distorção sobe consideravelmente a partir de 8 watts, alcança seu máximo em aproximadamente 30 watts e volta a cair, alcançando 0,0029% a 40 watts. Não é um comportamento comum, mas, mesmo a máxima distorção alcançada (0,005%) é muito boa.
Vejamos na prática, o que isso representou, vis-à-vis outras soluções citadas, no comparativo abaixo, que abrange o SU-V303 (New Class A), o Gradiente Model 246 (Super A), o Gradiente Model 126 com polarização convencional.
Os valores a 1kHz mostram que o SU-V303 tem performance de distorção harmônica superior às do Model 126 e do Model 246. Observem que os valores apresentados pelos três equipamentos podem ser considerados excelentes; a comparação aqui se dá na casa dos centésimos de porcento, o que, ao fim, pode explicar por que essas tecnologias não se consolidaram; sua complexidade, e seu custo, eram bem superiores ao da configuração convencional em classe B, que é utilizada até hoje.
Em relação aos amplificadores em classe A, vejamos agora uma comparação na banda audível, em níveis baixos de potência, com nosso protótipo que utiliza transistores antigos, do artigo de Antenna de março e abril de 2021:
DHT Versus frequência Technics SU-V303 (1W/8Ω)
DHT Versus frequência classe A “Vintage” (1W/8Ω)
De uma forma geral, apesar de construído com componentes antigos, mesmo em comparação com os usados em 1983 pela Technics em seu equipamento, um amplificador em classe A apresenta performance geral superior, em distorção, o que é esperado.
Esta comparação deve ser tomada com cautela, entretanto, pois a medida no Technics contempla o estágio de preamplificação, que o protótipo não tem, mas, por outro lado, o protótipo não está acondicionado em um chassis, não está blindado e sua fiação não é a mais adequada e tem várias limitações, nesse aspecto.
Entretanto, é possível ter-se uma noção razoável de seus desempenhos.
