E o tal de “New Class A”?
Vimos que o amplificador SU-V303 é muito bom, tem construção bem feita e características técnicas impecáveis para sua categoria.
Vamos agora ver em que medida o uso do New Class A melhorou sua performance, e compará-la com a configuração tradicional e com o uso do Super A, da JVC.
Antes de mais nada, não custa lembrar, mais uma vez, que essa tecnologia não deve ser confundida com a polarização do amplificador de potência em classe A, não importa qual seja o dispositivo eletrônico utilizado nele.
Super A, New Class A, Super Linear, Non-Switching, A-Class, HCA etc são apenas nomes de fantasia, comerciais, para tecnologias que mudam a polarização dos estágios de saída convencionais, normalmente em classe B, para reduzir-se ou evitar-se a distorção de transição típica destes estágios.
A tentativa de marquetingue de correlacioná-los com amplificadores em classe A, em vários casos, é bastante óbvia.
Nesta thread, no site Dyaudio.com, Bob Cordell, um conceituado projetista de equipamentos de áudio, esclarece este ponto:
“Deve-se reconhecer que os circuitos de polarização que impedem o “outro” transistor de desligar em um amplificador classe AB podem melhorar um pouco o som, atenuando algumas das distorções de comutação. NO ENTANTO, isso não é classe A e NÃO elimina a distorção de crossover estático.
A distorção de crossover estática ocorre quando a transcondutância total do estágio de saída muda conforme o tratamento do sinal é transferido de um dispositivo, através de uma região compartilhada, para o outro dispositivo.
Na classe A, os dispositivos superior e inferior estão contribuindo com aproximadamente com a mesma transcondutância durante toda a variação do sinal. Apenas impedir que um transistor desligue NÃO evita que sua contribuição de transcondutância vá a muito pequena ou a zero.
Outro ponto muito importante sobre a verdadeira classe A é que a corrente consumida pelos transistores de potência é amplamente senoidal (quando uma senoide é aplicada), em oposição a uma forma de onda retificada em meia onda, desagradável. Essas formas de onda de corrente desagradáveis, circulando em um amplificador classe AB, se não forem tratadas com cuidado, podem prejudicar a reprodução sonora.
Esses dispositivos não comutadores “quase classe A” ainda têm, em grande parte, aquelas correntes não lineares desagradáveis circulando.”