Constata-se assim, que são transformadores de FI diferentes. Não são exatamente idênticos e intercambiáveis. Como possuem curvas altamente seletivas, isso já levou muitos reparadores a erros. Parecem iguais, mas o transformador 5730/41, cuja frequência central é 444,5 kHz, por exemplo, terá coincidência apenas marginal se usado com outro transformador, como o Philips 5730/42, para 455 kHz, por exemplo, visualmente semelhante.
Para frequências intermediárias de 455 kHz o correto dessa linha Philips é o 5730/52. Para circuitos que operem com frequências intermediárias de 465 kHz, o correto é o tipo 5730/70. O transformador Philips 5730/41 não era o mais comum nos receptores. Cada transformador era projetado para um capacitor em paralelo de 115 pF mais uma capacidade distribuída no circuito de ± 10 pF. Para a escolha correta do tipo de transformador a ser adotado no receptor influía a capacitância interna da válvula e a capacidade distribuída na montagem.
Nas reparações, a operação com transformadores Philips diferentes, da mesma linha 5730, exigirá, eventualmente, a troca de capacitores internos e aferição da frequência de ressonância final, para conferir se os transformadores apresentam cobertura semelhante.
Como saber se o transformador de FI sofreu alteração? Uma grande dor de cabeça dos reparadores são os circuitos “mexidos”. Reparar receptor antigo que sofreu modificações ou consertos malsucedidos é sempre uma tarefa ingrata. Pior ainda é quando o receptor que necessita ser calibrado foi vítima de “consertos” nos circuitos sintonizados.
Faça uma inspeção visual atenta no aparelho, antes da calibração, à procura de componentes “estranhos” na montagem. Os fabricantes de alguns transformadores de FI marcavam os parafusos de fixação e de ajuste com tinta (v. figura 11) para que qualquer intervenção no componente ficasse visível. É sempre grande o risco de uma bobina de FI, que foi vítima de “fuçadores” ou curiosos, ter sido alterada. Indutores com defeito não possibilitarão uma calibração correta do receptor.
Danos nos núcleos ou nos capacitores de ajuste são facilmente percebidos ou mensuráveis. Núcleos ferromagnéticos quase sempre eram lacrados após a calibração com cera de abelha, para maior estabilidade de frequência. Mas confira se há núcleo instalado na bobina, se esta é do tipo com sintonia por permeabilidade: a cera pode ter sido colocada no orifício apenas para ocultar o extravio ou uma quebra do núcleo. Outras vezes o núcleo existe, mas está com a rosca espanada, impedindo uma calibração correta. Há também transformadores com o núcleo introduzido tão completa e apertadamente para o interior da forma que não é mais possível girá-lo para ajustes ─ salvo que se remova e se desmonte o transformador.