A técnica ─ e a arte ─ da calibração de FIs

Rádio “descalibrado” é o que não consegue sintonizar corretamente as estações, ou que apresenta um funcionamento inadequado na recepção dos sinais. Na etapa de calibração o receptor é ajustado nos parâmetros necessários ao máximo desempenho dos seus circuitos sintonizados, tanto de FI como de antena, oscilador etc.

Figura 2. Gerador de sinais de RF ou oscilador de teste, mesmo de tipo antigo, é recomendável para quem pretende se dedicar seriamente às reparações ou restaurações. Para resultados adequados, não se recomenda a calibração “de ouvido” ─ sem o uso de instrumental.

Quando a calibração deve ser realizada? Poucas vezes ─ salvo que o equipamento tenha sido modificado ou tenha sofrido intervenções “drásticas”. Ao contrário do mito que circula na internet, tempo de serviço ou “idade do aparelho” não é justificativa para recalibrações, ainda mais recalibrações “de ouvido”, sem instrumental adequado. Se o receptor está em estado original, sem defeito, nenhuma calibração “de ouvido” poderá substituir o alinhamento procedido em fábrica, nos bons receptores.

Nos aparelhos novos, a calibração é efetuada quando concluída a montagem, antes de o produto ser encaminhado para a inspeção final e o mercado. Nos receptores usados, a calibração é recomendada principalmente quando o aparelho sofreu modificações ou troca de componentes nos circuitos sintonizados.

A substituição de válvulas amplificadoras de FI obsoletas, por exemplo, por outros tipos equivalentes ou mais modernos, necessita de recalibração da etapa, por diferenças nas capacitâncias intereletródicas das válvulas. Troca de capacitores eletrolíticos da fonte, substituições de válvulas de saída de áudio ou retificadoras, em geral, não justificam recalibração do receptor, mas substituições ou alterações nas bobinas, trocas de capacitores de ajuste de FI ou remontagem da fiação da etapa podem requerer, sim, nova calibração.

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