A técnica ─ e a arte ─ da calibração de FIs

Se o sinal do gerador é mantido numa amplitude elevada pode originar sobrecarga nos circuitos sintonizados do receptor e/ou do CAG ─ o que degenera o ajuste e provoca o fenômeno da dupla sintonia, por exemplo, com o risco de não se conseguir efetuar os alinhamentos nos pontos exatos. Por esta razão adota-se o procedimento de manter sempre o volume na saída ao máximo e o sinal do gerador em nível apenas suficiente para a operação de calibração. É por este motivo, igualmente, que a atuação do circuito de CAG é bloqueada, na calibração, em alguns receptores, para que não ocorram erros.

Nem todos os receptores possuem a mesma sequência e procedimentos idênticos para a calibração da etapa de FI. Em alguns modelos americanos, o início da calibração é injetando o sinal do gerador no conector de antena, por exemplo. Na maioria dos aparelhos, tanto europeus como americanos, o sinal do gerador deve ser conectado na grade sensível da válvula conversora, mas há também aparelhos cuja calibração é efetuada de início diretamente na válvula de FI, como mostrado na figura 12.

No Brasil, nos conjuntos de bobinas da marca Comar, a sequência recomendada para o alinhamento dos circuitos de FI era: quarto, terceiro, primeiro e, por último, o segundo. Os ajustes do quarto e do terceiro circuitos deviam ser feitos com o sinal do gerador aplicado na grade sensível da válvula de FI. Os ajustes do primeiro e segundo circuitos deviam ser aplicados à grade da válvula conversora. Não se devia retocar a calibração, depois do procedimento.

Já as recomendações da Philips eram, em certos modelos, como nos BR.346.U que nos circuitos de FI a sequência na calibração fosse 4-3-2-1-3, ligando uma pilha de 1,5 V, como já mencionamos, para polarização negativa da válvula de FI e iniciando-se os ajustes com os núcleos das bobinas completamente para fora.

O retoque extra em indutores determinados, como preconizava a Philips, proporcionava o aguçamento máximo nos circuitos de FI ─ influindo sensivelmente no elevado rendimento que os seus aparelhos alcançavam.

Como se percebe até aqui, é fundamental seguir as orientações baixadas pelo fabricante para a calibração dos seus aparelhos. Feitos os ajustes nos transformadores de FI para a máxima saída, não se esqueça de lacrar os núcleos com uma gota de cera quente: esta era a recomendação da Comar, da Philips/Ibrape e de outras indústrias. Em futuras edições de ANTENNA complementaremos o assunto das calibrações dos receptores, detalhando os alinhamentos das etapas de antena e circuito oscilador.

Em caso de problemas: consulte o manual. Mesmo estando a frequência padronizada em 455 kHz, surgiram receptores que não seguiam o padrão. As maiores variações ocorreram em modelos europeus. Como fazer a calibração em receptores com frequências intermediárias desconhecidas?

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