O excesso de resposta abaixo da frequência fundamental (reforço de frequências baixas) inclina a parte superior da onda quadrada, fazendo o ângulo direito mais alto que o esquerdo, sendo sua parte inferior inclinada inversamente em relação à parte superior (Fig. 4B).
Na Fig. 4C vemos um reforço de frequências baixas e frequências altas, simultaneamente. Esse reforço é, em ambos os casos, de 10:1, ou 20dB, mas o pico produzido pelo excesso de resposta de frequências altas é muito mais perceptível do que a inclinação produzida pelo excesso de resposta de frequências baixas.
O excesso de resposta de frequências baixas, começando acima da frequência fundamental, determina tanto uma curvatura como a inclinação da parte superior e da parte inferior de uma onda quadrada, como vemos na Fig. 4D, a qual mostra igualmente um pulso curto, causado por um certo grau de acentuação de frequências altas.
PULSOS X RESPOSTA DE FREQUÊNCIAS ALTAS
A restrição, ou redução, da resposta das frequências altas afeta os pulsos de maneira diferente do que no caso das ondas quadradas. Isso acontece porque as ondas quadradas são simétricas (com o eixo de zero no centro, como as ondas senoidais].
Os pulsos são assimétricos: seu eixo de zero fica perto de sua linha de base. Consequentemente, a ação é semelhante à de um pulso de C.C.
Quando um pulso atravessa um filtro passa-baixas, como o da Fig. 1A, o flanco esquerdo não se altera muito, mas o flanco direito exibe a curva típica da descarga de um capacitor. Se a capacitância do filtro for suficientemente grande, produzir-se-á uma onda dente-de-serra. A série de oscilogramas da Fig. 5 esclarece o assunto.
Este mesmo efeito dos filtros passa-baixas aplica-se também aos sinais de vídeo dos televisores.
A redução da resposta de frequências altas, independentemente do que acontece nos estágios de F.l. ou amplificadores de vídeo, tem por efeito determinar uma perda de nitidez do lado direito de todo e qualquer elemento da imagem, muito maior do que no lado esquerdo.
O mesmo princípio se aplica à observação de sinais de vídeo em um osciloscópio. Contudo, neste caso, examinamos geralmente o pulso de sincronismo horizontal, por ser ele relativamente constante, o que não sucede com os sinais de vídeo.
A filtragem suplementar para reduzir ainda mais os harmônicos de ordem mais elevada da onda dente-de-serra pode gerar uma forma de onda parabólica, como vemos na Fig. 6.
A parábola é o limite extremo da modificação possível de uma onda dente-de-serra, provocada por um filtro RC passa-baixas de uma única seção.
