A Reprodução dos Discos de Vinil

Uma regra básica é que, outras variáveis mantidas iguais, quanto maior o ganho, maior o ruído do pré-amplificador. Logo, cápsulas com sinal de saída mais elevado são uma escolha mais fácil, pois o sistema pode oferecer uma performance melhor a menor custo.

Isso ocorre porque a realização de pré-amplificadores de Phono com baixo ruído é uma tarefa que desafia os limites dos melhores componentes disponíveis e que requer uma série de cuidados que acabam onerando o preço final desses equipamentos.

Outra dificuldade a ser mencionada é a correta implementação da curva RIAA no produto. Essa curva, durante a reprodução, atenua os agudos e amplifica os graves, de forma que ela se contrapõe à curva aplicada na gravação do disco, que faz exatamente o contrário, atenuando os graves e amplificando os agudos. 

Se a curva de reprodução for corretamente implementada, a resposta final será plana. Caso contrário, haverá reforços e atenuações indesejadas na resposta final, que impactarão negativamente a qualidade.

A dificuldade que existe nesse caso é que, para se obter uma curva precisa, é necessário usar componentes de precisão, como resistores e capacitores com 1% de tolerância ou ainda menos. Isso custa caro, e se reflete no custo final de produtos de boa qualidade.

Uma dificuldade adicional é obter tudo isso com baixa distorção, o que torna produtos com resposta plana, baixo ruído e baixa distorção caros.

Em linhas gerais, um bom pré-amplificador de Phono custa caro. E as soluções baratas não apresentam características que as façam adequadas para a reprodução com qualidade. Para piorar as coisas, todos os pré-amplificadores de Phono inclusos em aparelhos integrados e receivers (com raras exceções) se enquadram na categoria dos limitados em performance em função do custo. O leitor que quiser enveredar por esse caminho pode caminhar segundo as diretrizes acima. Esse não é um caminho que forneça resultados bons de forma fácil, mas quem se sentir tentado deve seguir em frente. Após discutirmos as tecnologias e formatos digitais, podemos dizer que com um orçamento reduzido a qualidade obtida com o uso dos formatos digitais será sempre superior àquela obtida com tecnologias analógicas de gravação e reprodução como é o caso do disco de vinil, entretanto,  o ritual de se preparar a audição, a estética e o trabalho artístico das capas, entre outras coisas, atraem, e continuarão a atrair, por muito tempo, um público bastante fiel.

2 comentários sobre “A Reprodução dos Discos de Vinil”

  1. SIDNEY ROMANI8 de março de 2024 às 12:46 PMResponder

    O diferencial de um disco de vinil é a qualidade sonora, uma vez que as mídias existentes hoje em dia utilizam o sinal digital que é uma aproximação dó sinal analógico original . A diferença entre a onda analógica e a digital dá origem ao erro de quantiza ao, e é por isso que ao ouvirmos uma mídia digital fica a sensação de algo enlatado.

    1. Antenna10 de março de 2024 às 11:31 AMResponder

      Prezado Sidney, felizmente não é isso que ocorre com sinais digitais devidamente gerados, como é o caso dos CDs e outros formatos sem perdas ou de perdas baixas. Alterações audíveis só ocorrem com conteúdo explicitamente comprimido, normalmente por razões econômicas. Nunca percebi, em décadas, nenhum “som enlatado” nos conteúdos digitais que ouvi e ouço. Gravações digitais corretamente feitas são muito superiores, objetivamente, às disponíveis em vinil. Gostar delas é uma questão subjetiva, aí vai do gosto de cada um. Abraço,

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