O pré-amplificador de Phono tem uma tarefa bastante difícil de ser cumprida com qualidade. O sinal da cápsula magnética tem uma amplitude de saída muito baixa, da ordem de milivolts ou até menor que isso. Esse sinal tem de ser amplificado para atingir o valor de aproximadamente 1V, que é o nível das outras entradas de linha existentes nos produtos atuais.
Simultaneamente, o sinal tem de ser equalizado de acordo com uma curva padrão chamada de curva RIAA, criada e padronizada pela Record Industry Association of America – a Associação da Indústria de Gravação Norte-Americana. A curva RIAA foi padronizada em 1954, tem algumas variantes e seus objetivos principais são melhorar a qualidade sonora, permitir maior tempo de gravação no disco e limitar a excursão das trilhas, que, se fossem gravadas de forma plana, gerariam um aumento da distorção e causariam dificuldade para a agulha acompanhar as ranhuras do disco, além de diminuir o tempo de gravação.
Esses dois quesitos apresentam um desafio técnico considerável para se obter bons produtos. Hoje em dia, nem todos os pré-amplificadores, receivers ou amplificadores, sejam eles integrados ou não, possuem entrada de Phono. Alguns podem ter uma placa opcional a ser colocada ou ela pode não existir no produto.
Também existem pré-amplificadores externos para a função, com a mais variada gama de produtos, partindo de prés de baixíssima qualidade e baixo preço e indo até produtos muito bem elaborados com preços bastante salgados, que oferecem performance excepcional.
Existem dois tipos de cápsulas para toca discos que podem ser utilizadas para a reprodução com qualidade: o primeiro tipo de cápsula é a chamada MM (de Moving Magnet – ou ímã móvel), que apresenta valores de saída mais elevados, da ordem de unidades de milivolt e necessita de menos ganho do pré-amplificador. Esta é a mais comum no mercado.
O segundo tipo é o das cápsulas do tipo MC (de Moving Coil – ou de bobina móvel), que possuem nível de saída bastante baixo, da ordem de 0,1 mV. Essas cápsulas requerem maior ganho do pré-amplificador e isso é uma coisa um tanto complicada. Uma conta básica mostra que o ganho necessário varia entre 1.000 vezes e 10.000 vezes, que é uma figura muito elevada.
Esse é o grande problema dos amplificadores de Phono: eles têm de amplificar sinais muito baixos e a consequência disso é que a relação sinal-ruído acaba sendo degradada. Isso significa que o ruído na forma de hiss de um pré-amplificador de Phono é muito mais elevado do que qualquer outra entrada do sistema de áudio.
O diferencial de um disco de vinil é a qualidade sonora, uma vez que as mídias existentes hoje em dia utilizam o sinal digital que é uma aproximação dó sinal analógico original . A diferença entre a onda analógica e a digital dá origem ao erro de quantiza ao, e é por isso que ao ouvirmos uma mídia digital fica a sensação de algo enlatado.
Prezado Sidney, felizmente não é isso que ocorre com sinais digitais devidamente gerados, como é o caso dos CDs e outros formatos sem perdas ou de perdas baixas. Alterações audíveis só ocorrem com conteúdo explicitamente comprimido, normalmente por razões econômicas. Nunca percebi, em décadas, nenhum “som enlatado” nos conteúdos digitais que ouvi e ouço. Gravações digitais corretamente feitas são muito superiores, objetivamente, às disponíveis em vinil. Gostar delas é uma questão subjetiva, aí vai do gosto de cada um. Abraço,