João Yazbek*
No artigo deste mês vamos tratar de uma função que ainda existe em alguns produtos e que está retornando, aos poucos, ao mercado, se acomodando em um nicho com demanda bastante satisfatória. Estamos falando da entrada para toca-discos de vinil (ou Phono) e da preamplificação de Phono.
Nos últimos anos houve um ressurgimento do uso de LPs (Long Plays) de vinil para o mercado. Após o advento do CD, o LP começou a desaparecer das prateleiras e, com o barateamento dos CDs, a tendência seria de desaparecimento completo.
O que se viu, entretanto, é que o formato não desapareceu, continuou existindo e ressurgiu novamente como um mercado de nicho em crescimento, contrariando todas as previsões.
Pessoas que venderam suas coleções se dizem arrependidas e falam que desejam voltar a colecionar LPs, enquanto outras consideram a tecnologia como uma coisa do passado. Enfim, essa é uma discussão polêmica, com muitos pontos de vista, e que não iremos abordar nessa coluna.
Muitos dos que viveram a época dos LPs de vinil não têm muita saudade deles. Ruídos, riscos, empenamentos e vida útil limitada são apenas alguns dos problemas que existem no formato. Por outro lado, a tecnologia evoluiu bastante nessa área, a ponto de alguns discos de qualidade, ao serem reproduzidos em equipamento de alta performance, terem uma qualidade sonora muito boa.
O autor presenciou algumas reproduções espetaculares de vinil, com qualidade excepcional, mas chiados, clicks e pops sempre estarão lá, em maior ou menor grau.
O que justifica o ressurgimento do vinil, dado que o próprio CD, em uma época de transferência de dados por streaming, estar virando também, praticamente, um mercado de nicho? Será a melhoria da tecnologia e da qualidade de reprodução o motivo do ressurgimento?
O autor acredita que não, pois a qualidade sonora das mídias digitais é subjetivamente e objetivamente superior à dos vinis. Também não iremos discutir este assunto e sim dar uma passada rápida pela tecnologia de preamplificação.
*Mestre em Engenharia Eletrônica
O diferencial de um disco de vinil é a qualidade sonora, uma vez que as mídias existentes hoje em dia utilizam o sinal digital que é uma aproximação dó sinal analógico original . A diferença entre a onda analógica e a digital dá origem ao erro de quantiza ao, e é por isso que ao ouvirmos uma mídia digital fica a sensação de algo enlatado.
Prezado Sidney, felizmente não é isso que ocorre com sinais digitais devidamente gerados, como é o caso dos CDs e outros formatos sem perdas ou de perdas baixas. Alterações audíveis só ocorrem com conteúdo explicitamente comprimido, normalmente por razões econômicas. Nunca percebi, em décadas, nenhum “som enlatado” nos conteúdos digitais que ouvi e ouço. Gravações digitais corretamente feitas são muito superiores, objetivamente, às disponíveis em vinil. Gostar delas é uma questão subjetiva, aí vai do gosto de cada um. Abraço,