Um ganho do canal de FI demasiadamente alto facilmente causa instabilidade e aumento do ruído intrínseco do receptor: por aí se vê a importância de um estágio de frequência intermediária bem projetado nos circuitos super-heteródinos. Bons transformadores de FI são essenciais nesse sentido.
Figura 5: Sua majestade, o famoso transformador de FI Philips 5730, de núcleo de ferroxcube, um composto de óxidos ferrimagnéticos com estrutura cristalina cúbica: com elevado desempenho (Q de até 140), foi uma revolução técnica, permitindo a construção de receptores de elevado rendimento, com grande seletividade e sensibilidade. Os gráficos representam as curvas de seletividade do transformador para valores distintos de “Q”. O levantamento de curvas parece estar em posição “invertida” (em comparação com as da Figura 3 por exemplo), mas isso depende do circuito de fase do osciloscópio utilizado nas medições. Mais detalhes sobre o inovador transformador de frequência intermediária Philips 5730 foram publicados em ANTENNA de agosto de 2022, p. 45: https://revistaantenna.com.br/agosto-2022/ .
Resumidamente, o ganho elevado deve ser o necessário para assegurar que o sinal de rádio, após convertido para a frequência intermediária ─ e antes de ser detectado ─ esteja em nível suficientemente alto, sem distorções, para uma demodulação eficiente, resultando um sinal de áudio de boa qualidade.
Um sinal de rádio modulado em amplitude, como comentado, contém frequências das faixas laterais, além da portadora. A curva de resposta do canal de FI deve permitir que as faixas laterais do sinal não sejam fortemente atenuadas, para não prejudicar as frequências musicais. Receptores europeus com boa curva de resposta no canal de FI eram apelidados de “rádios Hi-Fi”.
Com banda de passagem larga, melhor é a qualidade do som, mas menor a seletividade. Quanto mais estreita é a faixa de passagem, mais seletivo é o circuito, mas menor a qualidade do áudio.