O sinal de FI, frequentemente de 455 kHz para AM (e 10,7 MHz para FM), permite o uso de amplificador e filtros altamente seletivos e estáveis. Não confundir AM, sistema de modulação em amplitude, com OM, ondas médias. O sistema de transmissão de AM abrange estações de ondas médias e curtas, por exemplo.
O circuito de FI era projetado para proporcionar alto ganho, boa seletividade, além de boa reprodução sonora. Sim, como veremos mais adiante, o tipo de curva de ressonância dos transformadores e o Q das bobinas de FI influencia não apenas na seletividade, mas também na sonoridade dos sinais reproduzidos no receptor.
Figura 2: Bobina de FI da Comar: com ajuste por permeabilidade, através de núcleos de material ferrimagnético, apresentavam rendimento elevado (Q acima de 100), excelente seletividade e boa qualidade sonora, com ótima curva de resposta, graças a projeto e construção esmerados, bem como a um acoplamento crítico cuidadosamente acertado. Acoplamento crítico é o ajuste entre o primário e secundário, influenciando no formato da curva de resposta.
O alto ganho na etapa de FI é fundamental. Após a conversão, o sinal ainda é relativamente fraco. Uma boa amplificação é necessária para que o sinal possa ser processado adequadamente nas etapas seguintes de demodulação e saída de áudio.
O estágio de frequência intermediária é o responsável pelo maior ganho em rádios super-heteródinos valvulados, devido à sua função de amplificar o sinal de FI para níveis utilizáveis, enquanto mantém a seletividade. A seletividade, grosso modo, é a capacidade de um circuito de sintonia de “separar as estações”. Mais tecnicamente, seletividade é a propriedade de um circuito sintonizado de “destacar” a corrente do sinal com cuja frequência se encontre em ressonância.
Cedo os projetistas de receptores perceberam que as vantagens de um estágio de FI iam muito além de apenas propiciar um simples acoplamento da RF por transformador: podiam conferir maior eficiência, elevado ganho e uma seletividade controlada ao circuito.