O 2N3055… de novo!

Marcelo Yared*

Iniciando nossos trabalhos em 2025, e esperando que nossos leitores tenham passado muito bem o Natal e as festas de Ano Novo, vamos tratar aqui de um assunto velho, muito velho, quase tão velho quanto este articulista… o conhecidíssimo transistor bipolar de potência 2N3055.

Fabricado desde a década de 1960, por vários fabricantes de semicondutores, e ainda em produção, esse bravo componente, encapsulado em metal, mas também em plástico, era (e ainda é, com menos frequência) utilizado em diversos equipamentos onde houvesse necessidade de amplificação, regulação e de comutação de potência.

Na foto acima, temos apenas quatro exemplos de fabricantes, das dezenas que existiam, desde a PECOR, menos conhecida, à esquerda, passando pela Newark (esse transistor foi comprado na LATeRe (https://laterebr.com.br/), aqui no Brasil, recentemente, e é novo), pelo original hometaxial da RCA, que o projetou, até um exemplar dos tempos da Cortina de Ferro, no Leste Europeu, a romena Baneasa, mais à direita.

À exceção do segundo, todos eles são unidades NOS, com seus 40 anos de idade, ou mais, e, também, seguem as especificações originais da RCA, no que se refere a ganho, frequência de operação, potência etc.

Tudo bem, mas, agora, o leitor deve estar perguntando o porquê de estarmos de volta a esse componente, muito explorado nas páginas de Antenna até recentemente.

O motivo é a Internet, o ChatGPT e as redes sociais. Faz algum tempo, publicamos um artigo sobre o projeto de um amplificador que poderia ser utilizado em classe A ou em classe B, com projeto moderno, mas utilizando apenas componentes disponíveis no mercado nacional da década de 1970 em diante (https://revistaantenna.com.br/construa-um-amplificador-em-classe-a-para-algo-mais/). Nele, mostramos que o mais importante é o correto uso dos componentes e, também, que as boas práticas e a teoria de eletrônica são importantes, pois, sem elas, tornamo-nos apenas “ajuntadores de peças”.

*Engenheiro Eletricista

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