Jaime Gonçalves de Moraes Filho*
Alta Fidelidade
As grandes indústrias, de um modo geral, seguem uma rotina em comum, com o lançamento de seus produtos em “ondas”. Na eletrônica não poderia ser diferente.
Por exemplo: o rádio, como meio de entretenimento, foi lançado no mercado no início da década de 1920. As vendas, inicialmente baixas devido ao custo os receptores, foram aumentando, chegando a um ponto em que começaram a se estabilizar, tendendo a uma queda devido a saturação do mercado. Era o momento exato para lançar um novo produto.
Como a televisão ainda estava em desenvolvimento, foi lançado o cinema sonoro, ao mesmo tempo em que a “gravação elétrica” de discos fonográficos começava a atingir um número maior de residências.
Ao mesmo tempo trabalhava-se avidamente nos sistemas de TV, que deveria ser lançada tão logo a “onda” do cinema e dos discos começasse a decrescer.
Lançada logo após a II Guerra, a televisão em preto e branco rapidamente assumiu a preferência do mercado e enquanto tal acontecia, a televisão em cores começava a ser estruturada. No entanto, como os problemas a serem resolvidos para a recepção de uma imagem em cores com boa qualidade eram numerosos, a solução foi desengavetar a gravação magnética e o sistema de sonorização em Alta Fidelidade.
Embora tenha alcançado um nível de vendas aceitável, a gravação doméstica (inicialmente em fio de aço) não conseguiu atingir as projeções de venda planejadas, sendo tratada mais como uma curiosidade.
A solução foi antecipar o lançamento dos equipamentos e periféricos para Alta Fidelidade, o que ocorreu no início da década de 1950.
FIG 1 – Gravador em fio de aço – década de 1940
* Professor de Física e Engenheiro de Eletrônica