Marcelo Yared*
Antenna, no início da seção Revista do Som, analisava os equipamentos disponíveis no mercado nacional sem laboratório próprio. Os articulistas comentavam sobre as características técnicas disponibilizadas pelos fabricantes.
Com o crescimento do interesse dos leitores pelos artigos, logo foram adquiridos equipamentos de medição adequados, e a partir de então, houve a saudável comparação entre os valores apurados em seu laboratório com os divulgados pelas empresas.
Isso levou a um avanço na divulgação dessas características, e muitos “exageros”, digamos assim, foram devidamente apontados e o mercado passou, então, a ser mais criterioso com suas divulgações. A única “praga” que restou foram os famigerados watts “para inglês ver”; esses não tiveram jeito.
O amplificador integrado Gradiente PRO 1200 foi um dos primeiros a ser analisado objetivamente, em Antenna de dezembro de 1975. Quase há cinquenta anos atrás. Também foi publicada no anuário SOM. É um equipamento robusto, construído todo em aço e alumínio, como era comum na época, com acabamentos de madeira. Bonito.
Confesso que, quando o adquiri para restaurar e analisar, achei que não tivesse ainda passado pelo escrutínio de Pierre Raguenet e GAPJr, mas, me enganei. A memória vai nos traindo, após quase cinco décadas da publicação, e de sua leitura.
Mas resolvi escrever um artigo sobre ele, primeiro, para comparar com as medições da época e, segundo, para mostrar para os leitores algo muito interessante, que é a restauração de um equipamento que está com seus componentes originais, datando de 1974, ou seja, cinquenta anos de fabricação.
Há muitas discussões nas redes sociais sobre se deve ser mantida a originalidade nesses amplificadores, particularmente quanto a seus capacitores eletrolíticos.
Com poucas exceções, eu substituo todos os eletrolíticos desses equipamentos, particularmente dos que têm 30 anos, ou mais, e dos quais não sei a procedência e o uso.
*Engenheiro Eletricista