Marcelo Yared*
Quem curte equipamentos de áudio antigos, particularmente os da década de 1970, muitas vezes tem que contemporizar algumas limitações deles.
Uma delas é o irritante “tump” que alguns fazem ao se desligar, e/ou ligar, a energia.
Outra é o risco de que defeitos nos amplificadores, que, naquela época, começaram a utilizar acoplamento direto nos estágios de saída, o que trouxe inúmeras vantagens em relação aos circuitos anteriormente utilizados mas apresenta um risco intrínseco: normalmente, tais defeitos implicam colocar-se a tensão contínua das suas fontes diretamente sobre os sonofletores.
Alto-falantes são, normalmente, intolerantes a correntes contínuas, e queimam suas bobinas, rapidamente, nessa situação.
A maior parte dos amplificadores da época não tinham proteção contra isso, e o prejuízo (grande) era certo nessa situação.
Recentemente, ao montar um clone do famoso amplificador Quad 405, deparei-me com o famigerado “tump” nas caixas de teste.
Não sei se por conta do pré-amplificador que agreguei a ele, ou se é uma característica do circuito utilizado, o fato é que os ruídos de comutação são irritantes; o de ligar, então, chega a fazer os cones das caixas literalmente pular.
Como as placas de clone que adquiri não previam nenhuma proteção do tipo, resolvi colocar um circuito para prover retardo na conexão das caixas e, de quebra proteger contra falhas no amplificador. Na Internet existem várias prontas para compra, e não são caras, coisa de 50 a 70 Reais, fora o frete. Mas era sábado e eu queria resolver esse problema rapidamente, assim, resolvi fazer uma, bem simples.
“Sapeando” na Internet, particularmente no sítio do Rod Elliott, e nos livros do Randy Slone e do Bob Cordell, encontrei alguns circuitos interessantes. Com base neles, projetei um, bem simples, e que cabe perfeitamente em uma placa de 4cm por 9cm, ou seja, pode ser facilmente instalado nos nossos queridos vintages”.
* Engenheiro Eletricista